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Algumas semanas atrás, um profeta moderno desceu do púlpito e veio até a mim, pedindo que eu me colocasse em pé e estendesse as mãos em sinal de receber. Fiz o que ele disse. Então ele profetizou, em resumo, algo assim:
"Meu servo, estou rasgando documentos antigos e escrevendo documentos novos e pessoas virão pedir perdão a você e você orará por eles. Eu estou escrevendo vitória em um papel e estou colocando em sua mão, assim diz o Senhor".
Outras profecias nessa linha foram entregues a outras pessoas que estavam no culto.
Após o culto, me dirigi ao profeta e pedi para falar-lhe em particular. O diálogo que se seguiu foi o que segue:
- O que exatamente o Senhor lhe mostrou, pois o que o irmão falou não faz nenhum sentido para mim. E não condiz com minha situação espiritual no momento.
- Não lembro da profecia... sabe como é, o Senhor vai mostrando e eu vou entregando.
- Eu lembro. O irmão disse que o Senhor estaria rasgando documentos antigos. Do que se trata isso?
- Não sei.
- O irmão também falou que o Senhor estaria escrevendo documentos novos...
- Então, irmão, Deus vai fazer coisas novas na vida do irmão...
- O irmão também disse que pessoas viriam pedir perdão a mim. Quem são essas pessoas, já que não tenho inimigos e não me ocorre ninguém que esteja me perseguindo ou coisa do tipo?
- Ah, são crentes que pela frente dizem que lhe amam, mas por trás falam mal.
- O irmão disse que Deus estava me dando a vitória. Vitória sobre o que?
- Irmão, vitória é bênção, Deus vai te abençoar...
Vi que dali não saía nada, então me levantei, convicto de que o Senhor não tinha lhe mostrado nada. Se fosse levar a sério, além de ficar esperando assinatura de contratos, mudança de emprego ou qualquer coisa que implicasse assinatura de documentos, eu começaria a medir os meus irmãos na igreja, para ver quem dizia que me amava mas falava mal de mim.
Até o momento, ninguém veio me pedir perdão...
Você concorda comigo que a eleição não torna a morte de Cristo sem sentido ou desnecessária, embora anteriormente tenha perguntado "qual a necessidade de Cristo ter tanto padecido na cruz do Calvário, uma vez que, já havia a predestinação de muitos, como afirmam?". Porém, considerando que "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores" (1Timóteo 1.15) e que de Chico a Francisco todos são pecadores, conclui que Jesus veio para salvar a todos.
Mas então, cabe perguntar: Jesus falhou em sua missão? Pois se Ele veio para salvar a todos sem exceção e nem todos são salvos, há que se concluir que Jesus falhou em seu propósito, pelo menos em parte. A menos que se diga que Ele não veio para salvar, mas apenas para tornar a salvação possível. Mas daí você precisaria mudar o versículo citado para "Cristo Jesus veio ao mundo para tornar possível a salvação dos pecadores".
Quanto à minha citação de Efésios 1:3-11, você não contestou que a passagem apresenta uma estreita relação entre eleição e expiação, a eficácia de uma dependente da realização da outra. O que você fez foi citar o verso 19, que diz “... a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder”.
Ora, em primeiro lugar o versículo citado não desfaz a interdependência entre eleição e expiação, portanto o meu argumento permanece firme. Em segundo lugar, o verso serve para provar alguma tese arminiana? Segundo você, a fé é uma condição. Mas condição para que você não esclarece, suponho que seja para apropriação da salvação. Eu não discordo disso, pelo contrário afirmo que crer é a única condição imposta para a salvação.
Mas uma outra questão se levanta: como a pessoa crê? Pela capacidade de seu livre-arbítrio? Convido você a ler novamente o versículo que você citou, especialmente a parte que diz "os que cremos, segundo a operação da força do seu poder". O que nos capacita a crer não é um livre-arbítrio inventado em salas de filosofia, mas o poder de Deus operante em nossos corações. Sem que Deus opere poderosamente em nós, ninguém consegue crer.
Então avanço um passo a mais. Já ficou estabelecido que da eleição decorre a expiação e sabemos que desta última, a aplicação da salvação. No eleger vemos a vontade do Pai. Na expiação, a obra do Filho. E na aplicação o poder do Espírito Santo. Ora, se Deus quer salvar a todos sem exceção, o Filho morreu para salvar a todos sem exceção e o Espírito Santo está fazendo o melhor que pode para salvar a todos sem exceção e mesmo assim vemos que grande parte dos homens vai para o inferno, não é de se concluir que o Pai está contrariado, o Filho desapontado e o Espírito Santo frustrado? Não é isso que vemos nas Escrituras, pois nEla a vontade do Pai é sempre realizada, o Filho ficou satisfeito com o resultado de Sua obra e o Espírito age eficazmente!
Você diz ainda que quando abre a Bíblia vê a predestinação de um povo e como não vê ali nomes, nega a predestinação de indivíduos. O arminianismo sofre desse mal. Como rejeitam o que a Bíblia diz de forma simples e direta, inventam alternativas "palatáveis" às doutrinas "indigestas" ao orgulho humano. E como só existe uma verdade enquanto há várias mentiras, as "soluções" arminianas se multiplicam. Uns dizem que a eleição é pela presciência, outros dizem que é corporativa e outros zombam da onisciência divina e da natureza da igreja advogando uma eleição amorfa, exemplificada num navio predestinado ao céu. Portanto, não me surpreende a sua saída com a eleição corporativa.
Porém, quando você diz o homem "precisa ser provado" e mostrar que "é apto para a salvação", custa-me acreditar que estou ouvindo isso de um cristão evangélico. Se o homem precisa mostrar-se apto para a salvação, então a salvação não é por graça, mas por aptidão. Isso, meu irmão, deixa de ser arminianismo para se tornar pelagianismo escancarado. Espero, sinceramente, que apenas tenha se expressado mal.
Quanto aos versos bíblicos que postou, digo amém a todos eles, pois tomados em seu sentido natural, sem forçar de fora uma interpretação, confirmam o que eu creio.
Soli Deo Gloria
John R. Rice
John Piper
Nossas igrejas não estão cheias de Deus nem das particularidades da sua glória, só transmitem as mais inócuas generalidades. O resultado é que as pessoas não estão cheias das coisas que realmente deveriam causar impacto:
- A glória de sua eternidade que ultrapassa a capacidade da nossa mente ao pensar que ele não tem começo nem fim;
- A glória de seu conhecimento que faz a maior biblioteca do mundo parecer uma caixinha de fósforos e a Física Quântica semelhante a uma cartilha de primeiro ano;
- A glória de sua sabedoria que nunca pôde ser aconselhada por homem algum, nem jamais poderá ser;
- A glória de sua autoridade sobre céu, terra e inferno, sem a qual nenhum homem ou demônio pode se mover por um centímetro que seja;
- A glória de sua providência, sem a qual nenhum pássaro cai no chão em parte alguma do mundo, nem fio de cabelo em cabeça alguma se embranquece;
- A glória de sua palavra que sustenta todo o universo e todos os átomos e galáxias que nele estão;
- A glória de seu poder para andar sobre a água, curar os enfermos, acalmar as tempestades, ou levantar os mortos;
- A glória de sua pureza, de nunca haver pecado ou ter abrigado sequer uma atitude perversa ou pensamento malicioso;
- A glória de sua fidelidade, de jamais ter quebrado sua palavra ou ter deixado uma única promessa cair no chão;
- A glória de sua justiça, de considerar todas as dívidas morais do universo quitadas, seja na cruz ou no inferno;
- A glória de sua paciência, para suportar a lentidão na santificação de John Piper;
- A glória de sua obediência de servo, para abraçar a dor mais excruciante já concebida pela humanidade;
- A glória de sua ira que um dia será revelada com tal força que homens, mulheres e crianças pedirão que pedras os esmaguem para não precisarem olhar no rosto do Cordeiro;
- A glória de sua graça que justifica os ímpios;
- A glória de seu amor que faz tudo isto por nós enquanto ainda somos pecadores.
Enquanto você não tiver uma paixão pela supremacia de Deus, sua vida não poderá ser vivida para a glória de Deus.
Os arminianos utilizam essa passagem para argumentar que o homem caído pode buscar a Deus antes de se converter. Isto está em flagrante contradição com Paulo que diz que "não há quem busque a Deus" (Rm 3:11). E sabemos que a Palavra de Deus não se contradiz.
O que devemos notar, em primeiro lugar, é que o texto não diz que o homem é capaz de voltar-se a Deus por si mesmo, mas que ele deve voltar-se para o Senhor. O texto fala sobre o que ele tem que fazer, e não que ele é capaz de fazer e nem como isso é feito. Não devemos ir além de onde a própria Palavra vai.
Em segundo lugar, observemos que o contexto nos diz que o homem não pode alcançar o padrão divino, "porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55:8-9). O homem, por si mesmo, é incapaz de compreender a vontade de Deus e de trilhar os caminhos de Deus de volta a Ele.
Porém, Deus mesmo se encarrega de resolver isso, dizendo que "assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei" (Is 55:10-11).
Resumindo, o versículo 7 fala do dever do homem, os versículos 8 e 9 da sua incapacidade de cumprir com esse dever, em seguida os versos 10 e 11 falam da solução de Deus (a eficácia de sua Palavra) e finalmente, o versículo 12 apresenta o resultado dessa operação divina: "saireis com alegria e em paz sereis guiados" (Is 55:12).
Quer as provas bíblicas? Então clique aqui.
O Roger mora na Alemanha e sua família aqui no Brasil. Ele estará viajando para cá para o sepultamento.
Se quiser deixar um abraço virtual, clique em http://teologia-livre.blogspot.com/2008/11/uma-teologia-da-liberdade-1.html
Os médicos desligaram ontem todos os aparelhos da Hadassa, e os órgãos dela começaram a parar e ela começou a inchar, aí apareceu uma missionária "Anjo do Senhor" e disse; Escutei no rádio sobre sua filhinha vim orar com vcs. Ela entrou na UTI e pediu a Miriam "mãe da Hadassa" orar no ouvido dela bem baixinho, depois de um tempo a temperatura do corpo foi aumentando, os rins voltaram a funcionar, o coração que já estava parando começou a bater normalmente e assim os órgãos q estavam parando começaram a voltar normalmente sem os aparelhos. Agora, Hadassa esta com os órgãos funcionando sem aparelhos e sem a medicação do coma, entretanto, ainda precisam das nossas orações, pois ela ainda ñ acordou. Essas notícias eu soube ontem às 23 Horas. Sabendo de mais noticias enviarei.
Pr. David Amador - parente da família.
Olá queridos e Amados Irmãos!
Estas são as mais recentes noticias...
Continuemos em oração!
Grato!
Abraços!
Acabei de saber notícias da Hadassa, ela está se recuperando, ainda está entubada, entretanto, já tirou as sondas e seus rins e intestinos estão funcionando normalmente. A cor de seus lábios e língua já está normais, e não estão mais inchadas. Sua mãe, Miriam falou em seu ouvidinho hoje, e a pressão dela subiu, isto, indica que ela certamente está ouvindo e sentindo. Os médicos falaram que estão esperando a temperatura do corpo e a pressão se estabilizarem, para poder fazer uma tomografia. Os médicos vão aguardar até domingo. Vamos continuar orando para que o quadro dela melhore cada dia a dia mais e mais.
Pr. David Amador - parente da família.
(João Calvino, As Institutas da Religião Cristã, Ed. Especial, Vl 2, pg. 59).
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que a eleição é sim soberana e graciosa e que Deus escolhe os seus livre e incondicionalmente. Visto que quando a eleição ocorreu não havia homem para escolher se obedecia ou não, dizemos cá que inacreditável é um tal conceito de condicionalidade.
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que Deus preordenou tudo o que acontece, mas de forma que nem é o autor do pecado nem violada a liberdade da criatura. Cá prá estes lados, cremos que crer na providência divina longe de ser fatalismo pagão é reconhecer que o universo é governado por um Deus infinitamente sábio, todo-poderoso e absolutamente justo.
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que o novo nascimento é um ato exclusivo do Espírito Santo e que o crente nascido de novo irá com certeza morar no céu. Também dizemos prás estes lados, que como a obra do Espíro Santo é secreta e não devemos fazer juízo temerário, consideramos verdadeiros crentes todos os que confessam crer em Cristo e confiar em Sua obra para a salvação.
Cá prás bandas do Cinco Solas, cremos que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, numa única pessoa. Cremos que como homem viveu uma vida santa e morreu em nosso lugar, e como Deus ressuscitou para confirmar a nossa salvação.
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que as promessa de Deus são fiéis, mas que os crentes devem passar pela cruz antes de chegar à glória. A promessa não é o livramento da cruz, mas a certeza da chegada à glória.
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que as emoções tem seu lugar no culto a Deus, como expressão de júbilo na presença do Senhor. Também dizemos prá estes lados que as emoções e as expressões de júbilo não são autentificadoras de espiritualidade, que não são necessárias às operações do Espírito e que se comprometerem a ordem no culto devem ser repreendidas e controladas.
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que os sinais da bênção de Deus é o testemunho interno do Espírito Santo, o cuidado diário de Deus suprindo nossas necessidades e uma vida de contentamento. Também dizemos prá estes lados, que somos apenas mordomos dos bens que Deus colocou em nossas mãos e que devemos usá-los de forma que o nome dEle seja glorificado.
Cá prás bandas do Cinco Solas, dizemos que o Espírito Santo é a vida da igreja e que qualquer coisa feita sem ser por intermédio dEle não tem peso para a eternidade. E cá prá estes lados, também oraremos para percebamos a necessidade da verdadeira operação do Espírito Santo na Igreja.
Post inspirado no artigo "Dizem por aí", de autoria do Junior do Reflexões do Reino, de recomendável leitura.
Franklin FerreiraNossa paixão deve ser glorificar a Deus, viver para sua glória, em tudo o que fazemos. Somos chamados e convertidos, somente por sua graça livre, soberana e irresistível, para sua glória. Somos alimentados pela Sagrada Escritura para sua glória. Assim como somos chamados à oração e devoção para sua glória.
In: Paixão pela glória de Deus
T. A. Hegre
Segundo nosso querido irmão, se Deus já tem tudo planejado e conhece todo o futuro, então as eleições americanas foram apenas um passa-tempo. Mais, se o resultado das eleições estavam no plano de Deus, então Obama é o melhor candidato, mas se Deus se absteve de votar, então talvez o Obama não tenha sido a escolha certa. Entretanto, parece que o Roger prefere que o Obama tenha sido uma escolha divina. Eu também.
Alguns pontos merecem atenção cuidadosa nas palavras do Roger. Quando, por exemplo, ele diz "se Deus tem tudo planejado e conhece todo o futuro", parece admitir a possibilidade de que Deus não tem um plano e, mais grave, que Ele não conhece todo o futuro. Deus não ter um plano o torna menos sábio que qualquer homem prudente, na opinião de Jesus. Além disso, a Bíblia é clara que Deus tem um plano perfeito e infalível, e que o está executando nos mínimos detalhes.
Porém, causa-me estranheza que alguém avente a possibilidade de Deus não conhecer o futuro de forma exaustiva. A Bíblia é inquestionável ao afirmar a onisciência de Deus, e antes dos neoteístas ninguém que merecia ser levado a sério tinha ousado limitar o conhecimento divino de todas as coisas reais e possíveis (os socinianos e testemunhas de jeová não contam como sérios).
Qual a relação, se existe, entre o plano de Deus e seu conhecimento perfeito e a eleição de Obama?
Começando pelo conhecimento divino, por ser este exaustivo e perfeito, a eleição do Obama era certa. Vejamos, se Deus na eternidade passada anteviu Barack Obama sendo eleito em 2008, então era inevitável que este fizesse todos os votos que fez. Do contrário, Deus não passaria de um desses charlatões que anunciam a vitória de candidatos que muitas vezes desistem do pleito para evitar um fiasco maior. Então, se a vitória do Obama esteve sempre presente na mente de Deus, mesmo não tendo Ele entrado na cabine de votação nem feito campanha na TV, não havia jeito de Obama ser derrotado. Nós não sabíamos que Ele venceria, os institutos de pesquisas admitiam um erro amostral para suas previsões, mas a previsão de Deus tinha um nível de confiança de 100%, com margem de erro de zero pontos percentuais. E foi feita na eternidade passada!
Mas eu não creio apenas que Deus anteviu a vitória de Obama. Creio piamente que a vitória do descendente de queniano estava contemplada no plano divino. Sendo o plano de Deus eterno, todo abrangente e infalível, se o Obama ganhasse sem que fosse plano de Deus, então agora Ele estaria colocando em prática um plano B. Isso é indigno da pessoa divina!
Quais as implicações do fato da eleição do Obama ter sido tornada certa pelo conhecimento e pelo plano divino? Certamente o fato de Deus ter planejado que Obama ganhasse não significa que ele seja o melhor candidato, tome-se isso no sentido que se desejar. Na história de Israel e de suas nações vizinhas, o Senhor muitas vezes levantou ímpios, para servirem de vara pela qual Ele aplicava o Seu juízo. Faraó, Nabucodonozor e Ciro são alguns nomes a serem citados. Também não significa, como pensa o Roger, que se foi Deus que escolheu Obama, então foi para o bem dos EUA e do planeta. Deus algumas vezes levantou reis ímpios como forma de castigar a própria nação. Além disso, o bem dos EUA não anda de mãos dadas com o bem do restante do mundo.
Tampouco significa que os americanos não fizeram uma escolha real, se preferirem, não significa que tenham tido o seu livre-arbítrio para escolher o candidato de sua preferência tolhido. A festa nos Estados Unidos e no mundo demonstra que suas vontades não foram violentadas, muito embora não pudessem, estritamente falando, escolher diferentemente do que Deus havia planejado.
Finalmente, para aqueles que a esta altura estão pensando "para que votar, se de uma maneira ou de outra o Obama ia ganhar?", vai uma palavrinha de esclarecimento. O mesmo Deus que tornou certa a vitória de Obama, também tornou certos os meios que o levaram à Casa Branca: o voto voluntário de cada um de seus eleitores. Assim, da mesma forma que era inevitável que Obama ganhasse, era impossível que ele ganhasse sem os votos livres de cada um dos que confiaram a ele os rumos do país.
Quanto a mim, que há muito aprendeu a não se entusiasmar demais com os homens, estou muito feliz por ter visto um americano negro ser eleito presidente nos Estados Unidos e espero viver para ver um brasileiro negro no Palácio do Planalto.
Soli Deo Gloria
PS.: Não me referirei ao Barack Obama como afro-americano enquanto os demais presidentes não forem chamados de euro-americanos pela imprensa.
Precisamos pensar sobre o Deus que se revela nas Escrituras. Por meio da Bíblia aprendemos que Ele é o Deus trino, que se revela como Pai, Filho e Espírito Santo. Ele é cheio de graça, majestade, santidade e soberania. Ele é o Senhor criador de todas as coisas, o todo-poderoso, que sustenta e governa toda a criação. O Pai perdoa pecadores por meio do sacrifício de seu único Filho na cruz para ajuntar a igreja dos quatro cantos da terra. E Ele envia Seu Espírito para confortar e santificar a igreja.
A primeira incoerência é a relação entre eleição condicional e a fé como dom de Deus. Segundo o arminianismo, "Deus... determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado - em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo - aqueles que pela graça do Santo Espírito, crerem neste Seu Filho". Em outras palavras, Deus escolheu aqueles que Ele previu iriam crer e perseverar. Porém, os arminianos crêem também que a fé é um dom de Deus. Então temos uma das duas alternativas seguintes:
a) Deus dá a fé a todos. Então todos seriam eleitos e por conseguinte salvos. O resultado é o universalismo.
b) Deus não dá a fé a todos. Então apenas aqueles a quem Ele dá a fé são eleitos e as objeções apresentadas contra o calvinismo são aplicáveis ao arminianismo.
Pense nisso, e até a próxima incoerência...
KNIGHT A. & W. ANGLIN. História do cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 1993.
Tenho por hábito comentar as postagens dos blogs que acompanho. Às concordo e reforço o que foi escrito, outras eu discordo e apresento minhas razões para tal. E tenho observado que os autores de alguns blogs são bastante "seletivos" nos comentários que publicam. Isso me é confirmado por outros que se queixam que também foram "podados" por discordarem do post. Isso para mim se tornou tão comum, que costumo guardar uma cópia de cada comentário que faço em certos blogs, para "não perder a idéia".
Não preciso dizer que considero essa atitude lamentável, principalmente se nosso interesse é a verdade. A Bíblia diz que "nada podemos contra a verdade, senão pela verdade" (2Co 13:8). Então, por que temer que argumentos contrários sejam apresentados, se ao final a verdade prevalecerá?
Por isso e para que ninguém pense que os comentários postados no Cinco Solas são filtrados e que idéias contrárias ao que aqui é defendido não são bem vindas, decidi desativar a moderação prévia de comentários. Todo comentário será imediatamente publicado.
Claro que há alguns riscos. Entre eles, está de que alguém utilize o recurso para ofender pessoas, usar palavras torpes, fazer propagandas, etc. Por isso conto com sua compreensão caso perceba algum comentário inapropriado. Assim que o identificar, farei a moderação, sempre com a justificativa em caso de exclusão.
Finalmente, alguém pode dizer que se a pessoa é dona de um blog, ela tem o direito de publicar apenas o que lhe interessará. Está certo, este é um direito dado pelo sistema Blogger. Mas não acredito que seja intelectualmente honesto alguém se utilizar de seleção de dados para fazer valer a sua tese. Essa é minha opinião.
Renato Vargens
In: Quem mandou abandonar a Palavra de Deus?
Afirmações com as quais concordo
Concordo com o articulista quando ele afirma que "Deus não nos escolheu com base em nossas obras", o que me alegra muito, pois isso o mantém afastado da heresia pelagiana. Também é digno de nota a expressão "sem uma ação do Espírito Santo ninguém pode buscar a Deus" e o arremate "sem a ação do Espírito Santo ninguém conseguiria crer". Discordaremos sobre o quanto essa ação é decisiva, mas é um bom começo saber que concordamos que a eleição não se baseia em obras e que a fé é gerada pelo Espírito Santo. Finalmente, é importante que concordamos que "todo versículo bíblico deve ser interpretado de forma harmoniosa com o restante das Escrituras".
Afirmações com as quais não concordo
Nossa primeira discordância é quanto ao objetivo de Deus na salvação. O autor afirma que "Deus, em Sua Soberania, escolheu que daria a cada homem a chance de ser salvo". Na verdade, o que Deus escolheu foi salvar de fato, não meramente tornar possível a salvação. É isso que fica claro quando lemos a Bíblia. Por exemplo, sobre Jesus foi prometido que "ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mt 1:21). Quando se manifestou em carne, Jesus disse que "o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido" (Mt 18:11) e Paulo confirma que "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1Tm 1:15). Deus não é o promotor, mas "o Autor da salvação eterna" (Hb 5:9) pois "suscitou plena e poderosa salvação" (Lc 1:69). Em nenhum lugar na Escritura é dito que Deus dá chance do homem ser salvo, mas ela é recheada de declarações de que Deus efetivamente salva o homem. A palavra chance sequer aparece na Bíblia e oportunidade não é associada à salvação em nenhuma passagem bíblica.
Outro ponto em que discordamos é sobre a doutrina da eleição. Primeiro ele diz que "nenhum arminiano nega a doutrina da eleição". Porém há arminiano que diga que "a crença na eleição, não é simplesmente blasfêmia, mas é a superfetação da blasfêmia" (Samuel Taylor Coleridge). Mas isso importa pouco, vamos à doutrina em si. Ele diz que "fomos eleitos com base na presciência de Deus", citando a parte da carta de Pedro em que ele diz que fomos "eleitos segundo a presciência de Deus" (1Pe 1:2). Porém ser eleito "segundo a presciência" é diferente de ser eleito "com base na presciência". Vejamos.
A palavra traduzida como segundo significa de "acordo com" e não "por causa de" ou "com base em". A presciência não é causativa, pois repousa no decreto divino (At 2:23; Rm 8:28-29). Além disso, a presciência divina nunca diz respeito a fatos e eventos, mas sempre a pessoas. Por uma razão muito simples: todos os que são objetos da presciência de Deus também o são de Seu amor. Deus conhece de antemão aqueles que Ele ama com "amor eterno" (Jr 31:3) e designa "desde o princípio para a salvação" (2Ts 2:13), não por descobrir neles algo digno de Seu amor e afeição, mas porque os escolheu para serem recipientes de Seus favores graciosos. Pedro apenas confirma que a escolha dos salvos se dá em harmonia com a presciência divina e que esta decorre de Seu decreto amoroso. Ir além disso é afirmar que Deus foi atraído por algo de bom e amável naqueles que elegeu, e nisso a eleição deixaria de ser graciosa.
Ainda sobre a eleição, o autor do artigo diz que "Deus não nos escolheu com base em nossas obras. Mas mediante a fé (Ef 2.8,9) que Ele já sabia que teríamos". Novamente, precisamos nos deter um pouco sobre as passagens citadas e os termos utilizados. Como vimos acima, a presciência não diz respeito a fatos ou eventos, portanto o que Deus anteviu não foi a fé nem o ato de crer, mas as pessoas que Ele "predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1:5). A passagem de Pedro sequer menciona fé ou arrependimento. E a passagem de Efésios não está tratando da eleição e sim da chamada, como o contexto bem indica.
Qual a relação entre fé e eleição? Qual precede e qual se sucede à outra? A lógica indica que se a eleição se dá na eternidade e a fé é recebida na história, é claro que não pode ser a fé a causa da eleição. Mas não precisamos apelar para a lógica, pois temos as Escrituras que nos dizem "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13:48). Pergunte ao texto "quem creu?" e ele responderá "os que haviam sido destinados para a vida eterna". Para complicar, o pastor Cleber diz que "a minha fé é dom de Deus". Mas, se por um lado Deus escolhe aqueles que terão fé e por outro é Ele mesmo quem dá essa fé que torna a pessoa elegível, porque então Ele não dá a fé a todos e assim todos são escolhidos? O pastor torna a coisa toda confusa quando diz que o "Espírito Santo trabalha em todas as pessoas" para que tenham fé. Porém, "aceitar esse chamado (ter fé, crer) é decisão da pessoa". Afinal, a fé é um dom de Deus ou é uma decisão pessoal?
Para fugir de passagens difíceis sobre a eleição, o pastor disse que a "Bíblia fala de 2 tipos de escolhas", sendo uma delas "para a salvação" e outra "para um ministério". A primeira ele chama de eleição e a segunda de vocação. Até aí tudo bem, o problema surge quando se confunde uma e outra para adequá-las aos nossos pressupostos. A eleição ocorre na eternidade, a palavra utilizada para defini-la é ekloge, derivada do verbo eklegomai que significa "escolher para si mesmo". Vocação sempre ocorre na história, é traduzida do substantivo klesis que significa "convocação, convite". Das dez ocorrências da palavra klesis, em nove delas refere-se à chamada para a salvação e não há nenhum motivo para pensarmos que "os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11:29) se refiram à "chamada para um ministério", conforme diz o Pr. Cleber.
Por exemplo, o autor diz que Romanos 9:14-16 está "falando sobre a Vocação de Jacó e não Eleição". Ele até identifica essa vocação como sendo a tarefa de "receber a bênção da primogenitura e dar origem ao povo escolhido por Deus". Não vou levar em conta que Jacó não deu origem ao povo de Deus, vou me concentrar no que diz a passagem. Alguns versos antes, falando de Jacó e Esaú, Paulo diz "e ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)" (Rm 9:11). A palavra traduzida eleição é ekloge e não klesis. Portanto, está falando da escolha feita na eternidade e não da vocação feita na história. Além disso, o contexto está falando de escolha e não de chamada, de salvação e não de serviço. Reforça essa conclusão o fato de que na seqüência de sua argumentação o apóstolo fala dos "vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão" (Rm 9:23) e conclui seu raciocínio dizendo que "ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo" (Rm 9:27). Portanto, a escolha não é para serviço, mas para a salvação.
O Pr. Cleber apresenta ainda uma outra objeção à eleição incondicional, na pergunta "se Deus ama todas as pessoas porque escolheria apenas algumas para morarem com Ele?". Mas quem disse que Deus ama todas as pessoas? Deus diz "Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú" (Rm 9:13). Não se pode dizer que Deus amou igualmente a Jacó e a Esaú. Alguns arminianos até admitem a diferença, e dizem que "me aborreci de Esaú" significa "amei menos". Porém, a palavra traduzida aborrecer é miseo, que significa "odiar, detestar, perseguir com ódio". É a mesma palavra que Jesus usa para dizer que seremos odiados pelo mundo e que Ele odeia as obras dos nicolaítas, por exemplo. Outra tentativa de atenuar essa verdade é a que diz que não se trata da pessoa de Esaú, mas da nação Edomita. Ora, isso não resolve o problema, apenas aumenta o número de pessoas incluídas entre as que Deus não ama!
Além dessa passagem, a Palavra diz em Hebreus que "o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe" (Hb 12:6). Esse versículo não teria sentido se todas as pessoas fossem igualmente amadas por Deus. Jesus também disse "eu repreendo e disciplino a quantos amo" (Ap 3:19). Sabemos que o mundo não está sob a disciplina amorosa do Senhor, mas sob Sua ira. Logo, não podemos afirmar que o Senhor ama igualmente a todas as pessoas.
O Pr. cleber também lançou algumas perguntas, que responderei oportunamente, se Deus quiser.
Soli Deo Gloria
Desde agosto de 2007, quando coloquei um contador, este blog teve 20.000 páginas vistas e 13.000 visitantes únicos. Isso significa 35% dos visitantes acharam que eu merecia uma segunda visita. Isso me deixa feliz!
Entre julho e outubro de 2008, foram 8.000 páginas vistas, com 5.000 visitantes únicos, o que aponta para uma tendência de crescimento.
Toda a glória é devida ao nosso Deus vivo e verdadeiro. Mas fica também meu agradecimento àqueles que visitam e divulgam este humilde blog.
Porém, algumas coisas são necessárias que se tome conhecimento, para que seu ministério de educador cristão seja frutífero.
Leia mais, aqui
"[Ao votar em Obama] vocês se tornarão cúmplices do ato do aborto e não serão salvos, porque a salvação eterna está ligada a esta escolha importante", disse o bispo do Estado de Missouri em entrevista a uma rádio local. Finn acusa Obama de ser um "fanático" a favor do aborto.
O Estado do Missouri é um dos mais disputados por Obama e pelo adversário republicano, John McCain. Segundo pesquisas locais, o republicano John McCain tem 47,6% das intenções de voto, contra 47,4% de Obama.
Agora, por que será que você procede assim? É que você sabe muito bem, no fundo de seu coração, que Deus foi inteiramente responsável por ela. Não foi você que se salvou; ele salvou você. As suas ações de graça são, por si só, uma forma de reconhecimento de que a sua conversão não foi sua própria obra, mas obra dele. Você não atribuiu a um mero acaso ou acidente, o fato de ter se deixado influenciar pelo Cristianismo, quando isso aconteceu. Você não atribui a um mero acaso ou acidente o fato que frequentou uma igreja evangélica, ouviu o evangelho cristão, que tinha amigos cristãos e, talvez, até uma família cristã, que a Bíblia chegou às suas mãos, que reconheceu sua própria necessidade de Cristo, e que acabou crendo nele como o seu Salvador.
Você não atribui o fato de ter se arrependido e crido à sua própria sabedoria ou prudência, ou a algum juizo salutar ou bom senso. É possível até que, na época em que você estava buscando a Cristo, você tenha labutado e se empenhado ao máximo, tenha lido e ponderado bastante, mas todo este conjunto de esforços não torna a sua conversão resultado da sua obra. O seu ato de fé, quando se comprometeu com Cristo, foi obra sua no sentido de que foi você quem o realizou; mas isso não quer dizer que você tenha salvado a si mesmo. Na verdade, nunca lhe passou pela cabeça a idéia de que você tenha salvo a si mesmo.
Ao olhar para trás, você assume como sua a vergonha de sua cegueira, indiferença, obstinação e atitudes evasivas passadas diante da mensagem do evangelho; mas você não dá nenhum tapinha nas suas costas por ter sido conquistado por este Cristo tão insistente. Você jamais sonharia em repartir entre você e Deus as glórias da sua salvação. Você jamais, por um momento sequer, supôs que a contribuição decisiva para a sua salvação foi sua própria e não de Deus. Você nunca disse a Deus que, apesar de estar muito grato pelos meios e oportunidades da graça que ele lhe deu, você se dá conta de que na verdade não tem que agradecer a ele, mas a si mesmo, pelo fato de ter respondido ao seu chamado. O seu coração se revolta só em pensar em falar com Deus nestes termos. Na verdade, você lhe agradece sinceramente pelo dom da fé e do arrependimento, quanto pela dádiva de ter um Cristo em quem confiar e para quem se voltar.
É por aí que seu coração o tem conduzido, desde que você se tornou um cristão. Você atribui a Deus toda a glória por todas as coisas envolvidas em sua salvação, e você tem consciência da blasfêmia que seria, se você se recusasse a agradecer-lhe por tê-lo conduzido à fé. Assim, você reconhece a soberania da graça divina pela forma como você pensa e dá graças por sua conversão. E qualquer cristão no mundo age da mesma maneira.
PACKER, J. I. A evangelização e a soberania de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002.
Argumento 1: o livre-arbítrio não é bíblico
Afirmação: livre-arbítrio não é um termo bíblico e a idéia de livre-arbítrio não pode ser extraída naturalmente do texto sagrado.
Explanação: Há duas objeções geralmente apresentadas contra este argumento: que há outras doutrinas fundamentais cujos nomes não ocorrem na Bíblia e há exemplos indiretos da "ocorrência" do livre-arbítrio por toda a Bíblia. Em relação à primeira, embora a palavra Trindade não ocorra na Bíblia é facilmente demonstrado nela que a) há um só Deus; b) há três pessoas na divindade e c) cada uma das pessoas é plenamente Deus. A segunda objeção não se sustenta, na medida em que nos textos apresentados o livre-arbítrio é sempre pressuposto, jamais provado.
In: Batismo e plenitude do Espírito Santo
Voltamos agora ao mandamento do qual dependem os quatro particípios presentes que analisamos. Este mandamento é: "Enchei-vos do Espírito". Preste atenção a quatro aspectos deste verbo.
Em primeiro lugar, ele está no modo imperativo. "Enchei-vos" não é uma sugestão que pode ser tentada, uma recomendação branda, uma advertência educada. É uma ordem que Cristo nos dá, com toda a autoridade de um dos apóstolos que Ele escolheu. Não temos nem um pouco mais de liberdade para escapar desta obrigação do que temos das obrigações éticas que formam o contexto, isto é, falar a verdade, trabalhar honestamente, ser gentil e perdoar uns aos outros, ou viver em pureza e amor. A plenitude do Espírito Santo não é opcional, mas obrigatória para o cristão.
Em segundo lugar, ele está na forma plural. O mesmo ocorre com o verbo anterior, "não vos embriagueis com vinho". Os dois imperativos de Efésios 5:18, tanto a proibição como a ordem, são escritos para toda a comunidade cristã. Eles têm aplicação universal. Nenhum de nós deve embriagar-se; todos devemos ser cheios do Espírito. Enfaticamente, a plenitude do Espírito Santo não é um privilégio reservado para alguns, mas uma obrigação de todos. Assim como a exigência de sobriedade e domínio próprio, a ordem de buscar a plenitude do Espírito é dirigida a todo o povo de Deus, sem exceção.
Em terceiro lugar, o verbo está na voz passiva: "Sede enchidos". Uma outra tradução seria: "Deixai-vos encher pelo Espírito". Uma condição importante para gozar da sua plenitude é entregar-se a ele sem reservas. Mesmo assim, não devemos pensar que somos apenas agentes passivos ao recebermos a plenitude do Espírito, assim como quando alguém fica bêbado. Torna-se bêbado bebendo; ficamos cheios do Espírito também bebendo, como já vimos no estudo do ensino do nosso Senhor em João 7:37.
Em quarto lugar, o verbo está no tempo presente. É bem sabido que, na língua grega, se o imperativo está no aoristo, ele se refere a uma ação única; se está no presente, a uma ação contínua. Assim, quando no casamento em Caná, Jesus disse: "Enchei d'água as talhas" (João 2:7), o imperativo aoristo mostra que ele queria que o fizessem somente uma vez. O imperativo presente "sede enchidos com o Espírito", por sua vez, não indica alguma experiência dramática ou determinante, que resolve oproblema para o bem, porém uma apropriação continua.
O que vem a ser soberania? A soberania "é um poder (faculdade de impor aos outros um comando a que eles ficam a dever obediência) perpétuo (não pode ser limitado no tempo) e absoluto (não está sujeito a condições ou encargos postos por outrém, não recebe ordens ou instruções de ninguém e não é responsável perante nenhum outro poder)". Tem como características ser "una e indivisível, própria e não delegada, irrevogável, suprema". Essa conceituação refere-se à soberania de um homem ou de um Estado. E se assim é uma soberania terrena, como seria a soberania de um Deus?
Falando em termos teológicos, a soberania de Deus é o exercício de Sua supremacia. Deus tem o poder e exerce o domínio sobre toda a Sua Criação. Nada escapa ao Seu controle e tudo Ele controla para a Sua glória. Será então que a soberania de Deus pode ser super-enfatizada? Não creio que alguém consiga dar uma ênfase maior à soberania divina que àquela que a própria Bíblia dá.
Por exemplo, Judas exclama "ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!" (Jd 1:24). Deus é um imperador soberano! A palavra traduzida por império (kratos) é traduzida como poder, força e domínio em outras passagens. A palavra soberania (exousia), por sua vez, significa "liberdade de ação com poder irrefreável". Temos então que Deus exerce um poder imperial soberano ilimitado. Com essa, acho que Judas terá que se explicar pelo seu "erro calvinista".
Geralmente, Senhor é traduzido da palavra "kurios" e significa "aquele a quem uma pessoa ou coisas pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão" e "o soberano, príncipe, chefe, o imperador". A palavra já denota um grande poder de controle, porém, como Strong ressalta, "tem um sentido mais amplo, aplicável a várias posições e relações de vida e não sugestivo de propriedade ou tirania". Porém, a palavra Senhor às vezes é tradução de "despotes", de onde vem também a nossa palavra déspota, que os dicionários definem como "indivíduo que governa com poder absoluto", dito de outra forma, "déspota é o mesmo que ditador"!
Ora, acontece que quando a igreja primitiva orou a Deus, dirigiu-se a Ele chamando-o de déspota! O mesmo Strong explica que despotes "usa-se unicamente em relação a um escravo e denota direito exclusivo de posse e poder sem controle". Ou seja, goste-se ou não, Deus é chamado em oração de Déspota e ao invés de repreender a igreja, respondeu imediatamente à oração deles.
Seria esse um caso isolado, marca de uma igreja ainda não firme no conhecimento da pessoa de Deus? Não é o que parece. Pedro, também se refere a Jesus como "o Soberano Senhor" (2Pe 2:1), no que é acompanhado por Paulo que se refere ao Senhor como déspota (2Tm 2:21). Até no céu Deus é chamado de "Soberano Senhor" com o uso do termo déspota (Ap 6:10).
Portanto, não são os calvinistas que erram por super-enfatizar a soberania divina ou por transformá-lo em ditador. A soberania de Deus jamais será exagerada. São os arminianos que erram ao sacrificar a soberania de Deus no altar humanista do livre-arbítrio.
A. W. Pink
In: Os atributos de Deus