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sábado, 24 de novembro de 2007
"Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração" Tg 4:8
Uma amada irmã em Cristo, baseando-se nessa passagem, afirmou que o pecador se achega primeiro a Deus e que só depois disso Deus se chega ao homem. Ao afirmar isso, ela faz do homem morto em pecado o iniciador de sua nova relação com Deus, cabendo ao Senhor apenas vir encontrá-lo. A questão que se apresenta é: é esse o ensinamento da Bíblia sobre a salvação? E se não for, como conciliar o ensino geral das escrituras com essa afirmação de Tiago? Se Deus der graça, trataremos disso a seguir.
I. A CONDIÇÃO DO HOMEM CAÍDO
O intelecto e a vontade do homem não passaram incólumes pela Queda. Alguns crentes tendem a diminuir ou até desconsiderar os efeitos devastadores do pecado na natureza do homem, mas o testemunho bíblico é exatamente o contrário. A Bíblia apresenta o pecador como absolutamente incapaz de voltar-se por si mesmo a Deus ou mesmo de preparar-se para a obra da graça.
1. Não quer
Os defensores do livre-arbítrio afirmam que basta o pecador querer para entrar num relacionamento espiritual com Deus e desfrutar das bênçãos da salvação. Esquecem, contudo, que a vontade do homem não é livre, no sentido que pode se inclinar igualmente para as coisas de Deus ou as coisas do mundo. Jesus disse "não quereis vir a mim para terdes vida" (Jo 5:40). Isso se aplica não apenas a quem Jesus se dirigia, mas a todos os homens, pois o Senhor afirma em outro lugar que "a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más" (Jo 3:19). Na parábola das bodas, o Senhor "enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir" (Mt 22:3). Em seu tratado teológico mais profundo, Paulo diz que "não há quem entenda, não há quem busque a Deus" (Rm 3:11). Portanto, a vontade do homem, arruinada pelo pecado, não pode levá-lo a achegar-se a Deus. Por isso Jesus diz que "ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer" (Jo 6:44). Trazer, no original é arrastar.
2. Não pode
O último versículo citado afirma que ninguém pode ir por si mesmo a Cristo, não importa o quanto o arminianos contem em verso e prosa os poderes do livre-arbítrio, a verdade é que somente o Pai pode fazer os homens voltarem-se para Si. Jesus confirma que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Jesus deixa claro que há pessoas que são "incapazes de ouvir a minha palavra" (Jo 8:43), por isso Isaías clama "Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?" (Jo 12:38). Somente aqueles a quem se manifesta o braço do Senhor dão crédito à Palavra do Senhor. A Bíblia diz que os homens estão "mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1). Não meio mortos, ou como que mortos, mas mortos em pecados. Um pecador não pode ir a Cristo mais que um morto pode levantar-se para pegar um copo dágua.
II. A INICIATIVA DIVINA
A Bíblia é tão enfática para demonstrar a incapacidade humana quanto para afirmar que a salvação, do início ao fim, é obra de Deus. É o Senhor que inicia em nós sua obra salvífica, quem mantém segura nossa salvação e que completará a obra no dia de Sua vinda.
1. Na eternidade
A Escritura nos informa que "de longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). O caso de amor de Deus conosco é antigo, mais precisamente, é tão antigo quanto o próprio Deus. Não houve um momento em que Ele não nos amasse. Por isso "em amor nos predestinou para Ele" (Ef 1:4-5). A eleição eterna, soberana e graciosa decorre desse amor pelos Seus. João também reconhece a antigüidade do amor de Deus, ao escrever "nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4:19). Quando fomos amados e escolhidos por Deus, fomos dados a Cristo, conforme Ele mesmo diz em João 17:24: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo". A nossa salvação, realizada na história e consumada na vinda de Jesus, teve seu início na eternidade. É o que testemunha o apóstolo, dizendo que Deus "nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9). É absurdo pensar que a iniciativa de voltar-se para Deus seja do homem, quando a Bíblia declara que antes da Criação Deus já havia provido o meio de salvar os seus escolhidos.
2. Na história
Através de Jeremias o Senhor declara o seu amor por nós e conclui dizendo "por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). As cordas que nos puxaram para Deus foram atadas, nas duas pontas, pelo próprio Senhor. O Salvador diz que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Se o Pai se limitasse a enviar Seu Filho para morrer na cruz e pregadores para anunciar o evangelho, deixando por conta do homem o voltar-se para Ele, então nenhuma pessoa sequer se salvaria. Mas como "pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2Pe 1:3), então muitos tem sido levados a Cristo. A Bíblia afirma que é necessário fé para ser salvo, então esta "é dom de Deus" (Ef 2:8), pois nos "foi concedida a graça... de crerdes nele" (Fp 1:29). O arrependimento é um requisito para herdar a vida eterna? Então podemos estar certos que haverá arrependidos, pois por Deus é "concedido o arrependimento para vida" (At 11:18). Até o exato momento em que Deus nos salva, estávamos mortos, pois aos crentes em Éfeso foi dito que "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1) e reafirmado "estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos" (Ef 2:5). Um defunto não é capaz de dar o primeiro passo para Deus. Veja a experiência de Lázaro. Ele ficou morto até o momento que foi ressuscitado por Cristo. Ele era incapaz de dar uma passo para o Senhor, até ouvir a ordem "Lázaro, vem para fora!" (Jo 11:43).
III. E TIAGO, COMO FICA?
Se o ensino geral das escrituras é de que o pecador é incapaz de achegar-se a Deus e que é de Deus o início, meio e fim da salvação, então, como fica a passagem de Tiago? A verdade é que a Bíblia não se contradiz, então é certo que se examinarmos atentamente a passagem em questão ela se revelará em perfeita harmonia com o restante da Palavra de Deus.
1. A quem ele se dirigia
A carta de Tiago é endereçada "às doze tribos que se encontram na Dispersão" (Tg 1:1), ou seja, judeus crentes. Aparentemente, eles haviam entendido de forma errada os ensinamentos de Paulo a respeito da justificação pela fé, entendendo que a mesma não dava lugar para expressão prática da fé, através das obras. Tiago então lhes escreve estabelecendo a relação entre fé e provações (Cap 1), fé e sociabilidade (Cap 2), fé e obras (Cap 2), fé e o domínio da língua (Cap 3), fé e sabedoria (Cap 3), fé e contendas (Cap 4) e fé e oração (Cap 5). Pelos destinatários e pelo assunto, nota-se que Tiago escrevia a crentes.
No capítulo 4, ele diz "de onde procedem guerras e contendas que há entre vós?" (4:1) o que significa que a referência era aos crentes que contendiam na igreja. O verso seguinte confirma que se trata de crentes ao dizer "Nada tendes, porque não pedis" (4:2). Finalmente, o verso que antecede o oitavo declara "sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (4:7), o que seria absurdo se se tratasse de pessoas não crentes. Portanto, as pessoas que devem se achegar a Deus na certeza que Ele se chegará a elas não são pecadores inconversos, mas crentes que estão guerreando entre si, possivelmente por questões doutrinárias ou de liderança. Daí que a seção é concluída com "humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (4:10).
2. Os termos utilizados
Tiago utiliza o mesmo termo eggizo tanto para os homens (achegai-vos) como para Deus (se chegará). O termo significa "aproximar, juntar uma coisa à outra". Porém, há uma diferença fundamental no modo verbal utilizado nas duas declarações. A primeira afirmação, referente ao homem, está no modo imperativo. O Léxico Grego de Strong diz que "o modo imperativo expressa uma ordem ao ouvinte para realizar uma determinada ação por comando e autoridade daquele que a emite". Assim, "não é um "convite", mas uma ordem absoluta que requer completa obediência da parte de todos os ouvintes". Já a segunda afirmação está no modo indicativo que, segundo Strong "é uma simples afirmação de fato". O que temos nesse versículo é uma ordem seguida de um resultado certo se a ordem for cumprida. Tiago não afirma a capacidade dos pecadores chegarem-se a Deus sem o concurso da graça.
Prova disso é que no próprio versículos há mais duas ordens que utilizam a mesma construção verbal da que estamos analisando: "purificai as mãos, pecadores" e "limpai o coração". Se entendermos que a ordem "achegai-vos a Deus" pode ser cumprida pelo pecador, então de igual modo o homem caído pode purificar suas mãos e limpar seu coração, sem a operação sobrenatural do Espírito Santo. Não creio que os defensores do livre-arbítrio queiram chegar a tanto.
3. O contexto
Já nos referimos acima que o contexto se refere a contenda entre irmãos. Não há elementos textuais para se afirmar que se trata de um apelo evangelístico. Portanto, tomar o versículo 8 de forma isolada e afirmar com base nele que o pecador pode e deve dar o primeiro passo para Deus para que este então se volte para ele é desconsiderar o contexto imediato, o próprio livro de Tiago e o ensino geral das Escrituras.
CONCLUSÃO
Considerando o exposto acima, a começar pela incapacidade humana e pela operação infalível de Deus, vemos que Tiago 4:8 não pode ensinar que cabe ao homem o iniciar a sua salvação. E quando olhamos para o texto em seu contexto e observando a construção no original, confirmamos que de fato o versículo não ensina o que os defensores do livre-arbítrio do homem pretendem. Mais uma vez trata-se de uma conclusão controlada por pressupostos não provados, que os leva a sempre ver uma capacidade que a Bíblia não reconhece no pecador.
O ensino pura e simples de Tiago é que os crentes devem se aproximar de Deus com humildade ao invés de contender, e que ao fazerem isso Deus se aproximará deles e os exaltará.
Soli Deo Gloria
I. A CONDIÇÃO DO HOMEM CAÍDO
O intelecto e a vontade do homem não passaram incólumes pela Queda. Alguns crentes tendem a diminuir ou até desconsiderar os efeitos devastadores do pecado na natureza do homem, mas o testemunho bíblico é exatamente o contrário. A Bíblia apresenta o pecador como absolutamente incapaz de voltar-se por si mesmo a Deus ou mesmo de preparar-se para a obra da graça.
1. Não quer
Os defensores do livre-arbítrio afirmam que basta o pecador querer para entrar num relacionamento espiritual com Deus e desfrutar das bênçãos da salvação. Esquecem, contudo, que a vontade do homem não é livre, no sentido que pode se inclinar igualmente para as coisas de Deus ou as coisas do mundo. Jesus disse "não quereis vir a mim para terdes vida" (Jo 5:40). Isso se aplica não apenas a quem Jesus se dirigia, mas a todos os homens, pois o Senhor afirma em outro lugar que "a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más" (Jo 3:19). Na parábola das bodas, o Senhor "enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir" (Mt 22:3). Em seu tratado teológico mais profundo, Paulo diz que "não há quem entenda, não há quem busque a Deus" (Rm 3:11). Portanto, a vontade do homem, arruinada pelo pecado, não pode levá-lo a achegar-se a Deus. Por isso Jesus diz que "ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer" (Jo 6:44). Trazer, no original é arrastar.
2. Não pode
O último versículo citado afirma que ninguém pode ir por si mesmo a Cristo, não importa o quanto o arminianos contem em verso e prosa os poderes do livre-arbítrio, a verdade é que somente o Pai pode fazer os homens voltarem-se para Si. Jesus confirma que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Jesus deixa claro que há pessoas que são "incapazes de ouvir a minha palavra" (Jo 8:43), por isso Isaías clama "Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?" (Jo 12:38). Somente aqueles a quem se manifesta o braço do Senhor dão crédito à Palavra do Senhor. A Bíblia diz que os homens estão "mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1). Não meio mortos, ou como que mortos, mas mortos em pecados. Um pecador não pode ir a Cristo mais que um morto pode levantar-se para pegar um copo dágua.
II. A INICIATIVA DIVINA
A Bíblia é tão enfática para demonstrar a incapacidade humana quanto para afirmar que a salvação, do início ao fim, é obra de Deus. É o Senhor que inicia em nós sua obra salvífica, quem mantém segura nossa salvação e que completará a obra no dia de Sua vinda.
1. Na eternidade
A Escritura nos informa que "de longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). O caso de amor de Deus conosco é antigo, mais precisamente, é tão antigo quanto o próprio Deus. Não houve um momento em que Ele não nos amasse. Por isso "em amor nos predestinou para Ele" (Ef 1:4-5). A eleição eterna, soberana e graciosa decorre desse amor pelos Seus. João também reconhece a antigüidade do amor de Deus, ao escrever "nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4:19). Quando fomos amados e escolhidos por Deus, fomos dados a Cristo, conforme Ele mesmo diz em João 17:24: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo". A nossa salvação, realizada na história e consumada na vinda de Jesus, teve seu início na eternidade. É o que testemunha o apóstolo, dizendo que Deus "nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9). É absurdo pensar que a iniciativa de voltar-se para Deus seja do homem, quando a Bíblia declara que antes da Criação Deus já havia provido o meio de salvar os seus escolhidos.
2. Na história
Através de Jeremias o Senhor declara o seu amor por nós e conclui dizendo "por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). As cordas que nos puxaram para Deus foram atadas, nas duas pontas, pelo próprio Senhor. O Salvador diz que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Se o Pai se limitasse a enviar Seu Filho para morrer na cruz e pregadores para anunciar o evangelho, deixando por conta do homem o voltar-se para Ele, então nenhuma pessoa sequer se salvaria. Mas como "pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2Pe 1:3), então muitos tem sido levados a Cristo. A Bíblia afirma que é necessário fé para ser salvo, então esta "é dom de Deus" (Ef 2:8), pois nos "foi concedida a graça... de crerdes nele" (Fp 1:29). O arrependimento é um requisito para herdar a vida eterna? Então podemos estar certos que haverá arrependidos, pois por Deus é "concedido o arrependimento para vida" (At 11:18). Até o exato momento em que Deus nos salva, estávamos mortos, pois aos crentes em Éfeso foi dito que "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1) e reafirmado "estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos" (Ef 2:5). Um defunto não é capaz de dar o primeiro passo para Deus. Veja a experiência de Lázaro. Ele ficou morto até o momento que foi ressuscitado por Cristo. Ele era incapaz de dar uma passo para o Senhor, até ouvir a ordem "Lázaro, vem para fora!" (Jo 11:43).
III. E TIAGO, COMO FICA?
Se o ensino geral das escrituras é de que o pecador é incapaz de achegar-se a Deus e que é de Deus o início, meio e fim da salvação, então, como fica a passagem de Tiago? A verdade é que a Bíblia não se contradiz, então é certo que se examinarmos atentamente a passagem em questão ela se revelará em perfeita harmonia com o restante da Palavra de Deus.
1. A quem ele se dirigia
A carta de Tiago é endereçada "às doze tribos que se encontram na Dispersão" (Tg 1:1), ou seja, judeus crentes. Aparentemente, eles haviam entendido de forma errada os ensinamentos de Paulo a respeito da justificação pela fé, entendendo que a mesma não dava lugar para expressão prática da fé, através das obras. Tiago então lhes escreve estabelecendo a relação entre fé e provações (Cap 1), fé e sociabilidade (Cap 2), fé e obras (Cap 2), fé e o domínio da língua (Cap 3), fé e sabedoria (Cap 3), fé e contendas (Cap 4) e fé e oração (Cap 5). Pelos destinatários e pelo assunto, nota-se que Tiago escrevia a crentes.
No capítulo 4, ele diz "de onde procedem guerras e contendas que há entre vós?" (4:1) o que significa que a referência era aos crentes que contendiam na igreja. O verso seguinte confirma que se trata de crentes ao dizer "Nada tendes, porque não pedis" (4:2). Finalmente, o verso que antecede o oitavo declara "sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (4:7), o que seria absurdo se se tratasse de pessoas não crentes. Portanto, as pessoas que devem se achegar a Deus na certeza que Ele se chegará a elas não são pecadores inconversos, mas crentes que estão guerreando entre si, possivelmente por questões doutrinárias ou de liderança. Daí que a seção é concluída com "humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (4:10).
2. Os termos utilizados
Tiago utiliza o mesmo termo eggizo tanto para os homens (achegai-vos) como para Deus (se chegará). O termo significa "aproximar, juntar uma coisa à outra". Porém, há uma diferença fundamental no modo verbal utilizado nas duas declarações. A primeira afirmação, referente ao homem, está no modo imperativo. O Léxico Grego de Strong diz que "o modo imperativo expressa uma ordem ao ouvinte para realizar uma determinada ação por comando e autoridade daquele que a emite". Assim, "não é um "convite", mas uma ordem absoluta que requer completa obediência da parte de todos os ouvintes". Já a segunda afirmação está no modo indicativo que, segundo Strong "é uma simples afirmação de fato". O que temos nesse versículo é uma ordem seguida de um resultado certo se a ordem for cumprida. Tiago não afirma a capacidade dos pecadores chegarem-se a Deus sem o concurso da graça.
Prova disso é que no próprio versículos há mais duas ordens que utilizam a mesma construção verbal da que estamos analisando: "purificai as mãos, pecadores" e "limpai o coração". Se entendermos que a ordem "achegai-vos a Deus" pode ser cumprida pelo pecador, então de igual modo o homem caído pode purificar suas mãos e limpar seu coração, sem a operação sobrenatural do Espírito Santo. Não creio que os defensores do livre-arbítrio queiram chegar a tanto.
3. O contexto
Já nos referimos acima que o contexto se refere a contenda entre irmãos. Não há elementos textuais para se afirmar que se trata de um apelo evangelístico. Portanto, tomar o versículo 8 de forma isolada e afirmar com base nele que o pecador pode e deve dar o primeiro passo para Deus para que este então se volte para ele é desconsiderar o contexto imediato, o próprio livro de Tiago e o ensino geral das Escrituras.
CONCLUSÃO
Considerando o exposto acima, a começar pela incapacidade humana e pela operação infalível de Deus, vemos que Tiago 4:8 não pode ensinar que cabe ao homem o iniciar a sua salvação. E quando olhamos para o texto em seu contexto e observando a construção no original, confirmamos que de fato o versículo não ensina o que os defensores do livre-arbítrio do homem pretendem. Mais uma vez trata-se de uma conclusão controlada por pressupostos não provados, que os leva a sempre ver uma capacidade que a Bíblia não reconhece no pecador.
O ensino pura e simples de Tiago é que os crentes devem se aproximar de Deus com humildade ao invés de contender, e que ao fazerem isso Deus se aproximará deles e os exaltará.
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domingo, 4 de novembro de 2007
"E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Jo 3:14-15
INTRODUÇÃO
Muitas vezes ouvimos ou utilizamos a expressão "Jesus morreu na cruz" sem atentarmos para o seu significado. Todo dia de Ceia repetimos a uma voz a passagem, mas será que já nos demos ao trabalho de verifiar na Bíblia a que episódio Jesus estava se referindo e qual o significado para nossa vida? Se o Senhor nos der graça, estaremos fazendo isso hoje. E descobriremos que a frase de Jesus tem uma profundidade e um significado que muitas vezes negligenciamos.
Para compreensão dessa passagem, precisamos voltar na história, aos dias de Moisés, quando Israel estava no deserto, a caminho da terra prometida. Abra sua Bíblia, e a mantenha aberta, em Números 21:4-9.
I. A NECESSIDADE DA CRUZ
Jesus disse a Nicodemos "importa que o Filho do Homem seja levantado". Em outras palavras ele estava dizendo que era preciso, era necessário morrer na cruz. O que tornava sua morte necessária? Em primeiro lugar, o pecado do povo. Eis o que a Escritura diz: "Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil" (Nm 21:4-5). O povo tinha sido tirado com mão forte do Egito em sua caminhada pelo deserto recebia o maná e era protegido contra seus inimigos. Mesmo assim, foram ingratos e falaram contra Deus, contra Moisés e desprezaram o alimento diário. Em outras palavras, pecaram contra Deus. Da mesma forma nossos pais, foram criados e colocados num jardim onde não lhes faltava nada. Não tinham necessidade de pecar, porém foram ingratos e pecaram contra o Senhor, tornando toda a raça humana culpada diante de Deus. E o homem comum, que recebe de Deus tudo o que precisa para viver, e ainda assim volta suas costas para o Todo-Poderoso, vivendo como se Ele não existisse? De modo que a Bíblia diz "todos pecaram" (Rm 3:23)
A segunda coisa que torna a cruz necessária é a justiça de Deus. O pecado em si não afasta o homem de sua prática. Mas as conseqüências do pecado, geralmente faz com que alguns lamentem tê-lo cometido. No relato do deserto, lemos "Então, o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel" (Nm 21:6). As serpentes representavam o castigo divino, o juízo de Deus sobre as murmurações do povo. A santidade de Deus faz com que Ele abomine qualquer pecado e a sua justiça requer que o pecado seja sempre punido. Muitos tem uma idéia errada do perdão. Entendem que por ele Deus desconsidera o pecado, o põe de lado, não lhe dá importância. Porém, não é assim, pois "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). O perdão não anula a justiça divina, para que um pecado seja perdoado, um preço correspondente precisa ser pago. Daí porque "importa que o Filho do Homem seja levantado".
II. A CURA NA CRUZ
Quando as serpentes abrasadoras começaram a provocar um morticínio no meio do povo, clamaram "havemos pecado, porque temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo" (Nm 21:7). Porém o Senhor não tirou as serpentes. Como já dissemos, o Senhor não pode simplesmente ignorar o pecado e suspender a penalidade. Para que haja perdão, é necessário satisfação, para que haja cura, é necessário que haja provisão.
O Senhor ordenou a Moisés duas providências. "Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá" (Nm 21:8). A primeira parte consistia em preparar uma serpente de bronze. Chama a atenção o fato de que a serpente de bronze tinha semelhança com o mal a ser curado. Era necessário que o preço fosse pago por um semelhante do ofensor e "isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado" (Rm 8:3). Antes de morrer pelos pecados do homem, Jesus precisou tornar-se homem. A redenção do homem não começou na subida para o Gólgota, mas na descida para o mundo.
A outra providência que Moisés precisou tomar foi de levantar a serpente de bronze numa aste, para que ficasse visível a todo homem mordido por uma cobra. Quando Jesus disse "do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado" estava dizendo que da mesma forma que a serpente de bronze foi necessária para a cura do povo desobediente, assim também a sua morte na cruz era necessária para que o homem pudesse entrar no céu. De fato, os evangelhos registram "quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram" (Lc 23:33). Jesus pendurado no madeiro recebeu toda a ira de Deus, para que fôssemos justificados, "aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2Co 5:21).
III. A CERTEZA DA CRUZ
O resultado no deserto era que "se alguém era mordido por uma serpente, quando olhava para a serpente de cobre, vivia" (Nm 21:9). Imagino a cena. O sujeito estava descansando em sua tenda, recolhendo gravetos ou mesmo andando pelo arraial e de repente era picado por uma cobra. Primeiro era o susto, depois a dor lancinante. Em seguida sua vista começa a ficar turva, seus membros trêmulos e ele via a morte se aproximar, enquanto ardia em febre. Então, lembrava-se da serpente de bronze. Tenho certeza que não pensava se ia funcionar ou não, mas se apressava a ir até um lugar de onde pudesse olhar para ela. Se o veneno estivesse se espalhado tanto, se ele mal pudesse se mover ou balbuciar algo, alguém o tomava nos braços e o levava para próximo da serpente na haste e dizia "olhe para ela". E quando ele olhava, só um resultado acontecia: ele vivia. Não havia outro resultado possível, se não olhava, morria, mas se olhava, vivia.
Jesus também falou a Nicodemos que a finalidade de sua morte na cruz era "para que todo o que nele crê tenha a vida eterna". Revisemos alguns pontos já abordados. Todos os homens pecaram, não nenhum sequer fora dessa condição. A justiça de Deus requer satisfação pelo pecado e o salário cobrado é a morte. Logo, todos estão condenados à morte. Isto torna necessária a morte de Jesus, mas uma vez que Ele morreu na cruz, todos os que crêem nEle têm a vida eterna. Como no deserto não havia outro resultado para o mordido de serpente que olhava para a serpente de bronze, também não há outro resultado para quem crê no crucificado. O israelita era curado, o crente tem a vida eterna!
CONCLUSÃO
A doutrina da justificação pela fé apoia-se na morte substutiva de Cristo. Quando ele morreu na cruz, a culpa de nossos pecados foi atribuída a ele. Quando cremos nEle, a sua justiça (a sua vida santa) é atribuída a nós. É este fato que possibilita a Deus nos perdoar, pois tanto seu amor como sua justiça são satisfeitas. Além disso, a morte de Jesus nos dá a certeza que "agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1) e por isso o apóstolo pode perguntar "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm 8:33). A morte de Jesus torna certa a vida eterna para todos aqueles por quem Ele morreu.
E você, qual é a tua situação? Certamente já foi mordido pelo pecado. Tenho certeza também que deseja ir para o céu. Porém, no céu, só entra quem for tão santo quanto Jesus. Isso ninguém consegue por si mesmo, mas se você crer em Jesus como o israelita no deserto olhava para a serpente de bronze, então poderá ser curado do pecado e a partir de agora entrará para a vida eterna. Deus anuncia a todos "olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra" (Is 45:22)! Creia em Jesus e tenha a vida eterna.
Muitas vezes ouvimos ou utilizamos a expressão "Jesus morreu na cruz" sem atentarmos para o seu significado. Todo dia de Ceia repetimos a uma voz a passagem, mas será que já nos demos ao trabalho de verifiar na Bíblia a que episódio Jesus estava se referindo e qual o significado para nossa vida? Se o Senhor nos der graça, estaremos fazendo isso hoje. E descobriremos que a frase de Jesus tem uma profundidade e um significado que muitas vezes negligenciamos.
Para compreensão dessa passagem, precisamos voltar na história, aos dias de Moisés, quando Israel estava no deserto, a caminho da terra prometida. Abra sua Bíblia, e a mantenha aberta, em Números 21:4-9.
I. A NECESSIDADE DA CRUZ
Jesus disse a Nicodemos "importa que o Filho do Homem seja levantado". Em outras palavras ele estava dizendo que era preciso, era necessário morrer na cruz. O que tornava sua morte necessária? Em primeiro lugar, o pecado do povo. Eis o que a Escritura diz: "Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil" (Nm 21:4-5). O povo tinha sido tirado com mão forte do Egito em sua caminhada pelo deserto recebia o maná e era protegido contra seus inimigos. Mesmo assim, foram ingratos e falaram contra Deus, contra Moisés e desprezaram o alimento diário. Em outras palavras, pecaram contra Deus. Da mesma forma nossos pais, foram criados e colocados num jardim onde não lhes faltava nada. Não tinham necessidade de pecar, porém foram ingratos e pecaram contra o Senhor, tornando toda a raça humana culpada diante de Deus. E o homem comum, que recebe de Deus tudo o que precisa para viver, e ainda assim volta suas costas para o Todo-Poderoso, vivendo como se Ele não existisse? De modo que a Bíblia diz "todos pecaram" (Rm 3:23)
A segunda coisa que torna a cruz necessária é a justiça de Deus. O pecado em si não afasta o homem de sua prática. Mas as conseqüências do pecado, geralmente faz com que alguns lamentem tê-lo cometido. No relato do deserto, lemos "Então, o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel" (Nm 21:6). As serpentes representavam o castigo divino, o juízo de Deus sobre as murmurações do povo. A santidade de Deus faz com que Ele abomine qualquer pecado e a sua justiça requer que o pecado seja sempre punido. Muitos tem uma idéia errada do perdão. Entendem que por ele Deus desconsidera o pecado, o põe de lado, não lhe dá importância. Porém, não é assim, pois "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). O perdão não anula a justiça divina, para que um pecado seja perdoado, um preço correspondente precisa ser pago. Daí porque "importa que o Filho do Homem seja levantado".
II. A CURA NA CRUZ
Quando as serpentes abrasadoras começaram a provocar um morticínio no meio do povo, clamaram "havemos pecado, porque temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo" (Nm 21:7). Porém o Senhor não tirou as serpentes. Como já dissemos, o Senhor não pode simplesmente ignorar o pecado e suspender a penalidade. Para que haja perdão, é necessário satisfação, para que haja cura, é necessário que haja provisão.
O Senhor ordenou a Moisés duas providências. "Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá" (Nm 21:8). A primeira parte consistia em preparar uma serpente de bronze. Chama a atenção o fato de que a serpente de bronze tinha semelhança com o mal a ser curado. Era necessário que o preço fosse pago por um semelhante do ofensor e "isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado" (Rm 8:3). Antes de morrer pelos pecados do homem, Jesus precisou tornar-se homem. A redenção do homem não começou na subida para o Gólgota, mas na descida para o mundo.
A outra providência que Moisés precisou tomar foi de levantar a serpente de bronze numa aste, para que ficasse visível a todo homem mordido por uma cobra. Quando Jesus disse "do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado" estava dizendo que da mesma forma que a serpente de bronze foi necessária para a cura do povo desobediente, assim também a sua morte na cruz era necessária para que o homem pudesse entrar no céu. De fato, os evangelhos registram "quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram" (Lc 23:33). Jesus pendurado no madeiro recebeu toda a ira de Deus, para que fôssemos justificados, "aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2Co 5:21).
III. A CERTEZA DA CRUZ
O resultado no deserto era que "se alguém era mordido por uma serpente, quando olhava para a serpente de cobre, vivia" (Nm 21:9). Imagino a cena. O sujeito estava descansando em sua tenda, recolhendo gravetos ou mesmo andando pelo arraial e de repente era picado por uma cobra. Primeiro era o susto, depois a dor lancinante. Em seguida sua vista começa a ficar turva, seus membros trêmulos e ele via a morte se aproximar, enquanto ardia em febre. Então, lembrava-se da serpente de bronze. Tenho certeza que não pensava se ia funcionar ou não, mas se apressava a ir até um lugar de onde pudesse olhar para ela. Se o veneno estivesse se espalhado tanto, se ele mal pudesse se mover ou balbuciar algo, alguém o tomava nos braços e o levava para próximo da serpente na haste e dizia "olhe para ela". E quando ele olhava, só um resultado acontecia: ele vivia. Não havia outro resultado possível, se não olhava, morria, mas se olhava, vivia.
Jesus também falou a Nicodemos que a finalidade de sua morte na cruz era "para que todo o que nele crê tenha a vida eterna". Revisemos alguns pontos já abordados. Todos os homens pecaram, não nenhum sequer fora dessa condição. A justiça de Deus requer satisfação pelo pecado e o salário cobrado é a morte. Logo, todos estão condenados à morte. Isto torna necessária a morte de Jesus, mas uma vez que Ele morreu na cruz, todos os que crêem nEle têm a vida eterna. Como no deserto não havia outro resultado para o mordido de serpente que olhava para a serpente de bronze, também não há outro resultado para quem crê no crucificado. O israelita era curado, o crente tem a vida eterna!
CONCLUSÃO
A doutrina da justificação pela fé apoia-se na morte substutiva de Cristo. Quando ele morreu na cruz, a culpa de nossos pecados foi atribuída a ele. Quando cremos nEle, a sua justiça (a sua vida santa) é atribuída a nós. É este fato que possibilita a Deus nos perdoar, pois tanto seu amor como sua justiça são satisfeitas. Além disso, a morte de Jesus nos dá a certeza que "agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1) e por isso o apóstolo pode perguntar "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm 8:33). A morte de Jesus torna certa a vida eterna para todos aqueles por quem Ele morreu.
E você, qual é a tua situação? Certamente já foi mordido pelo pecado. Tenho certeza também que deseja ir para o céu. Porém, no céu, só entra quem for tão santo quanto Jesus. Isso ninguém consegue por si mesmo, mas se você crer em Jesus como o israelita no deserto olhava para a serpente de bronze, então poderá ser curado do pecado e a partir de agora entrará para a vida eterna. Deus anuncia a todos "olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra" (Is 45:22)! Creia em Jesus e tenha a vida eterna.
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